Camilo Lellis Reis
Inicialmente, vou apresentar um dado recente da economia, fazer uma simulação e por fim formular uma questão:
ECONOMIA
Conforme a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), a taxa mensal de juros cobrada na modalidade do cartão de crédito rotativo foi de 12,54% ao mês em junho/2015.
SIMULAÇÃO
Considerando um empréstimo (capital) no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) com taxa mensal de juros de 12,54% ao mês ao final de 60 meses terá atingido o montante (capital + juros) de R$ 1.197.883,68 ( um milhão, cento e noventa e sete mil, oitocentos e oitenta e três reais e sessenta e oito centavos).
Isso mesmo!!!
Acredite, infelizmente não errei no cálculo.
QUESTÃO
Por que com uma taxa de juros desta magnitude, a maior de todas, entre as linhas de crédito disponíveis (cheque especial, carnês de lojas, entre outras), ainda é utilizada sem nenhuma restrição por parte significativa da população brasileira?
Acredito que não há uma única resposta a esta questão, mas fico com esta: o cidadão brasileiro não teve uma adequada educação financeira, nem no seu meio familiar e muito menos nos bancos escolares.
Logo, não está preparado para tomar decisões financeiras conscientes e de maneira minimamente estruturada, pois isto requer aprendizado.
O que se infere pelas estatísticas é que parte significativa das famílias brasileiras tomam decisões financeiras sem nenhum critério, que em parte contextualiza tantos brasileiros atrelados a uma taxa de juros extremamente perversa como a do cartão de crédito rotativo.
Por fim, deixo uma pergunta para reflexão: qual é o modelo decisório que Você leitor e o seu núcleo familiar adotam com relação às finanças pessoais?
CAMILO LELLIS REIS
Contador e Mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP)
Coordenador Técnico Pós-Graduação – Escola de Contas
Professor responsável em ministrar o curso de curta duração na Escola de Contas: COMO ORGANIZAR MINHAS FINANÇAS PESSOAIS.
Os artigos aqui publicados não refletem a opinião da Escola de Contas do TCMSP e são de inteira responsabilidade dos seus autores.
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