Novembro Azul é a campanha internacional contra o câncer de próstata, é a enfermidade que provoca mais de 307 mil mortes no mundo, anualmente
A campanha tem como objetivo conscientizar os homens a respeito da doença na próstata que tem maior incidência do que a de mama. Mais de 307 mil pessoas morrem todo o ano de câncer na próstata. A doença não tem prevenção, no entanto, seu diagnóstico precoce, as chances de cura, são em 90%.
O movimento teve início no dia 17 de novembro, na Austrália, em 2003, nas comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. No Brasil a campanha foi criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o objetivo de quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e, caso necessário, fazer o exame de toque.
Aderindo à campanha, a Presidência do TCMSP em parceria com o Serviço de Saúde, iniciam as atividades do mês, compartilhando o artigo escrito pelo médico do TCM Dr. Cristovão Barbosa (foto), especialista em Urologia, com o objetivo de informar e esclarecer a importância do diagnóstico precoce e com isso motivar os homens a realizar os exames preventivos.
O Serviço de Saúde e o médico especialista encontram-se à disposição para consultas e eventuais orientações.
A sede do TCM recebe iluminação especial em apoio à campanha
Leia o artigo do urologista Dr. Cristovão Barbosa:
Câncer de Próstata: Diagnóstico e Tratamento
O câncer de próstata é a neoplasia mais frequente no sexo masculino, excluindo tumores de pele, sendo a segunda maior causa de mortalidade por câncer masculino.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou que no ano de 2012 ocorreram 60.180 casos novos de câncer de próstata no Brasil, o que corresponde a uma incidência de 62 casos novos a cada 100 mil homens.
O desafio do diagnóstico exige distinguir precocemente o paciente cujo tumor tem maior potencial de agressividade.
A taxa de incidência mundial cresceu 25 vezes, em parte pelas políticas de rastreamento em larga escala.
Atualmente, o risco de diagnóstico de câncer de próstata durante a vida é de 16,2%, e o risco de morte decorrente desse tumor aumentou para 11%.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito após a realização do toque retal e da dosagem do antígeno prostático específico (PSA).
O diagnóstico definitivo é estabelecido por meio da biópsia da próstata. Novos marcadores e os exames de imagem serão utilizados em situações específicas.
O antígeno prostático (PCA³), dosado na urina, após realização de massagem prostática, surge como novo marcador tumoral em casos duvidosos, evitando biópsias desnecessárias.
Como exame de imagens, surgiu mais recentemente a ressonância magnética de próstata com análise multi paramétrica, permitindo maior certeza diagnóstica.
Fatores de Risco
- Idade avançada: maior incidência com o passar da idade;
- Hereditariedade: 42% dos casos devem-se à herança familiar, e 58% a exposições ambientais e estilo de vida;
- Dieta: consumo de carne vermelha e gordura animal;
- Obesidade: maior taxa de colesterol aumenta a incidência de câncer de próstata;
- Estilo de vida: sedentarismo ou atividade física vigorosa aumenta a incidência;
- Infecção e inflamação crônica da próstata.
Prevenção e Tratamento
A prevenção deve ser feita anualmente em todos os homens.
Aqueles com parentes de primeiro grau que têm a doença devem iniciar a prevenção aos 40 anos. Os demais a partir dos 45 anos.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito após a realização do toque retal e da dosagem do PSA no sangue.
O PSA é uma glicoproteína produzida pelas células prostáticas, podendo apresentar alterações em outras afecções, como crescimento benigno da próstata, prostatites e/ou traumas.
A associação do toque e dosagem do PSA é que nos orientará para outros exames mais elucidativos, como a biópsia de próstata, que nos dará diagnóstico definitivo.
O diagnóstico precoce implica no fato de que mais indivíduos se apresentam com a doença potencialmente “curável”.
Uma vez estabelecido o diagnóstico de câncer de próstata, o tratamento é baseado de acordo com o laudo do patologista, e com o valor do PSA.
As opções de tratamento são:
- Vigilância ativa para os tumores de baixo grau, com monitoramento semestral;
- Cirurgia: prostatectomia radical aberta ou robótica;
- Radioterapia externa ou braquiterapia.
Referência: Diretrizes de Urologia da Associação Médica Brasileira (AMB), 2014.