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Assessoria de Imprensa

O auditório da Escola de Contas recebeu na tarde desta quinta-feira, 20 de julho, o radialista, político e ativista social José Luiz Del Roio para mais uma edição da série “Encontros na Escola de Contas”. Em entrevista conduzida pelo sociólogo Jessé Souza e pelo jornalista Florestan Fernandes Jr., Del Roio falou sobre seu livro A Greve de 1917: os trabalhadores entram em cena, trabalho que fornece um panorama do movimento que representou um marco na história da luta operária no Brasil e a máxima expressão do sindicalismo revolucionário, mas também o início de sua decadência.

O militante político descreveu em detalhes o contexto de industrialização que o país vivia no período, sem leis trabalhistas, sem garantias para as mulheres e com o trabalho infantil como regra (por ser mais barato e mais fácil de controlar). Segundo Del Roio, o negro era marginalizado por sua mão-de-obra inferior, o que levou as autoridades a promover, através do incentivo à entrada de imigrantes europeus, uma política de Estado de branqueamento. "Nossa industrialização nasce com o capital do escravismo e com a gestão de patrões escravistas. Logo, toda a relação será escravocrata", explica o pesquisador, lembrando que “esse é um problema vivido até os dias atuais”.

Em sua exposição, Del Roio explicou que o crescimento da classe operária vai se dando com a expansão da cidade de São Paulo, que até a introdução da cultura cafeeira, no início do século 19, não passava de um humilde vilarejo. "Aquele que trabalha no café, que é um assalariado agrícola, vai se transformar em operário", afirmou. Imigrantes europeus que desembarcavam no porto de Santos e passavam dias na cidade de São Paulo, bem como a fixação de alguns deles na cidade, acabou gerando demandas por serviços e produtos alimentícios e têxteis, dando início a um processo de industrialização, que atraiu ainda mais mão de obra para São Paulo.

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Essa situação culminou num processo de organização dos trabalhadores. Em geral, as reuniões das ligas operárias eram abertas. Mas, no dia 2 de junho de 1917, na sede da União na Rua da Mooca 292/a, a convocação foi diferente: com portas fechadas. "O público não pôde entrar. Dias depois, 400 operárias foram falar com o patrão e fizeram uma lista de reinvindicações trabalhistas", conta. Proibidas de entrar, acamparam do lado de fora. "Essas 400 mulheres chocaram a fábrica, e ela parou. Todos pararam (o que levou o patrão a fechá-la)."

O movimento se espalhou, os operários organizaram uma marcha e passaram de casa em casa pedindo solidariedade política. "Quando chegaram à Praça da Sé, a polícia atacou. O choque foi muito forte, sobretudo na região do Brás.” Com a repressão no ápice, todos os operários entraram em greve e pararam a cidade inteira.

Ao todo, foram 45 dias de greve. "Tudo foi fechado. Eles atacaram os moinhos, saquearam os trens e ocuparam os bondes". A pressão sobre os patrões acabou vitoriosa, resultando na concessão de vários direitos aos trabalhadores.

No centenário dessa luta histórica, o exemplo permanece, como observa no prefácio do livro o professor Gilberto Maringoni, da Universidade Federal do ABC. Para ele, a garantia de direitos ainda hoje passa pela unidade dos trabalhadores, pois só esta resultará em vitórias coletivas.

Você pode conferir o programa na íntegra clicando aqui

 


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