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Assessoria de Imprensa

Na opinião da mestra em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo, Simone Henrique, as condições degradantes à dignidade humana não foram extintas em 14 de maio de 1888, o dia seguinte à abolição da escravatura. “O país foi o último das Américas a libertar os escravos e a abolição não garantiu nenhum direito à população negra. A própria legislação proibiu que os negros exercitassem a cidadania nos campos da saúde, educação, do trabalho e acesso à terra”, explica a professora. Na conferência “A Saúde Pública Municipal: a Questão Feminina Negra”, que acontece no dia 26 de junho, das 9h às 12h, no auditório da Escola do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), a professora universitária demonstra que a dicotomia se repete atualmente, no modelo de saúde pública, que apesar das garantias dadas pela Constituição, na prática, não se efetiva, para as mulheres negras.


Para defender uma pesquisa a respeito do racismo institucional que afeta a garantia fundamental de saúde da mulher negra, a professora Simone foi a campo colher dados e conversar com as mulheres. “Há uma série de vieses inconscientes no sistema de saúde, que colocam a mulher negra na condição de subalterna, merecedora de dor e sofrimento. Tanto é assim que são as mulheres negras que menos recebem atenção nas consultas de pré-natal, mais sofrem com o parto normal com dor e são acometidas pelas consequências da epidemia das cesáreas como mortalidade materno-infantil, paralisia cerebral e depressão pós-parto”, enfatiza ela.

Durante o debate, a palestrante apresenta alternativas para o modelo tradicional de saúde e fala da urgência da transição para um sistema mais democrático. “Um Sistema Único de Saúde mais solidário passa pela mudança de cultura, que respeite o protagonismo das mulheres à luz do conceito de bem estar da Organização Mundial da Saúde, que não vê a saúde apenas como mera ausência de doença”, avalia.
Participam do evento, as professoras da Escola de Contas do TCMSP, Suelem Benício e Eliana Verdade, como debatedora e mediadora, respectivamente.

Serviço: Conferência A Saúde Pública Municipal: a Questão Feminina Negra. Dia 26/06, das 9h às 12h. Auditório da Escola do Tribunal de Contas do Município de São Paulo - Av. Professor Ascendino Reis – 1130 – Vila Clementino. Inscrições gratuitas. Vagas limitadas.

 

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