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Assessoria de Imprensa, 24/02/2021

A Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) apresentou nessa terça-feira (23/02) uma palestra em ambiente virtual que abordou o tema “O papel da liderança na promoção da saúde biopsicossocial”, com foco nas variantes biológicas, psicológicas e sociais. O objetivo do encontro foi o de tratar dos impactos do estresse, ansiedade e depressão no ambiente de trabalho, além de analisar estratégias para o desenvolvimento de gestores e equipes frente aos desafios enfrentados no universo das corporações.

O encontro on-line teve como palestrante a psicóloga, psicoterapeuta e professora Márcia Barone Bartilotti, que apresenta em seu currículo o título de mestre em Psicologia Clínica pela PUC/SP; especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de São Paulo; com formação em Psicoterapia Breve Psicanalítica, pelo Instituto Sedes Sapientiae. Além disso, é diretora da área terapêutica da Falla Saúde Mental, voltada para a promoção de estratégias e ações de cuidado em saúde mental no âmbito coorporativo. A mediação do evento coube a Luiza Correia Hruschka, gestora das Relações do Trabalho do TCMSP.

Na abertura do seminário digital, Luiza Correia Hruschka destacou a importância fundamental de se tratar do tema da saúde mental no ambiente corporativo, principalmente em decorrência do momento atual em que o planeta vive as consequências da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Para dar a dimensão do assunto tratado, a palestrante destacou que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, sendo que o custo global estimado na economia é da ordem de US$ 1 trilhão por ano, considerando-se apenas a perda de produtividade. Nesse quadro, uma em cada quatro pessoas deve sofrer de algum transtorno mental ao longo da vida.

Em seguida, Márcia Barone apresentou os principais sintomas que indicam problemas que afetam a saúde mental, como a depressão, o transtorno de ansiedade, quadro de estresse, entre outras, e a chamada síndrome de burnout, é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, relacionada ao trabalho, também conhecida como “síndrome do esgotamento profissional”. Nesse quadro, segundo ela, os transtornos comportamentais e de saúde mental são responsáveis pela terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil e a segunda no mundo.

“Dados da Organização Mundial da Saúde já mostravam, em 2017, que o Brasil é o segundo país das Américas com o maior índice de pessoas depressivas, atrás apenas dos Estados Unidos. Ou seja, isso é o equivalente a 5,8 por cento da população brasileira. O nosso país também tem a maior prevalência em quadro de ansiedade, afetando 9,6 por cento das pessoas que foram diagnosticadas com esse sintoma, além de despontar entre os países com maior número de casos de estresse. Isso corresponde a 70 por cento da população ativa, que já teve ou apresenta sintomas dessa doença, quadro agravado ainda mais pela pandemia”, afirmou Márcia Barone.

No que diz respeito ao mercado de trabalho propriamente dito, ela revelou que levantamentos recentes indicam que nove em cada dez brasileiros sofrem de algum sintoma de ansiedade e 47% apresentam algum nível de depressão, sendo que 36,5% dos casos de invalidez no país são causados por males psiquiátricos ou doenças neurológicas. Conforme seu relato, em 30 anos atuando como profissional na área de saúde mental, Márcia Barone disse que nunca registrou tantos casos de distúrbios como nesta época de pandemia, o que contribuiu para agravar ainda mais a situação vivida por gestores e colaboradores dentro das organizações.

Ao abordar o tema do ‘presenteísmo’, a psicóloga ensinou que se trata de fenômeno caracterizado pelo indivíduo estar de corpo presente no ambiente de trabalho, mas por vários motivos ele mostra que não tem produtividade, ou seja, o profissional está apenas fisicamente no local, sem condições de realizar sua tarefa. De acordo com pesquisa citada por Márcia Barone, 96% das pessoas que têm burnout se sentem incapacitadas para trabalhar e, mesmo assim, 92% continuam indo para a empresa, com medo de demissão ou de se afastarem e não conseguirem voltar. Outros 72 por cento desse universo não revelam seus problemas aos colegas da equipe profissional. Entre as principais evidências que caracterizam a doença estão os constantes atrasos ou ausências no trabalho.

A palestrante fez questão de mencionar o que o líder de uma equipe não deve realizar, como solicitar ao RH da corporação o afastamento do colaborador para tratamento, sem abordar o assunto diretamente com ele. Além disso, os integrantes da equipe devem evitar o uso de frases prontas de autoajuda, pois tal atitude apenas invalida os sentimentos de quem sofre de distúrbios de saúde mental. Para ela, o líder de equipe deve ter empatia, atitude positiva, ser participativo e procurar entender o problema do colaborador que sofre com distúrbios psicossociais.

Ao finalizar sua apresentação, Márcia Barone respondeu a questões formuladas pelo público que participou on-line de sua palestra, quando aproveitou para agradecer pela oportunidade de mostrar a importância de se discutir o tema do papel da liderança na promoção da saúde mental dentro das corporações.

Em época de pandemia causada pelo novo coronavírus, a apresentação teve transmissão ao vivo pelas redes sociais da Escola de Gestão e Contas do TCMSP e está disponível para ser revista a qualquer momento nas páginas do Youtube e do Facebook e também pelo site da instituição.

Confira a íntegra da palestra virtual:

 

 

A psicóloga Márcia Barone e a gestora das Relações de Trabalho do TCMSP, Luiza Correia Hrusckha

 


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